Na atual conjuntura da greve, que já completou o primeiro mês, está se intensificando o discurso na imprensa sobre o prejuízo dos alunos e da sociedade. Nesse caso a educação aparece como prioridade na vida social. O prejuízo só ocorre quando trabalhadores da educação, depois de esgotada todas as negociações, entram em greve. Quando as escolas param de funcionar com “reformas” prolongadas ou sem o mínimo para abrigar alunos e corpo pedagógico, falta de professores para as disciplinas e tantas outras mazelas que vivenciamos a imprensa finge que noticia, a justiça finge que vê e o Estado finge que faz alguma coisa. Nesse caso, a educação é tratada com descaso com o aval desses diversos segmentos sociais que tanto alardeiam quando é deflagrada uma greve por parte da categoria dos Educadores.
Ficamos como bode expiatório de uma estrutura educacional pública falida em função das políticas governamentais impostas nesses últimos anos. Quando pensamos em “respirar mais aliviados” com algumas Leis que poderiam nos beneficiar, temos novamente que mostrar a sociedade, com mobilização e protesto nas ruas, a intransigência de um governo elitista, de uma justiça cega para as próprias leis que representa e uma imprensa preocupada com os interesses de seus donos (os Maioranas e os Barbalhos).
Para contabilizar os desmandos promovidos pelo poder Executivo e por alguns representantes do Judiciário paraense, os educadores do Estado tornaram-se criminosos por exercer um direito respaldado pela Constituição (o de greve) e por reivindicar a imediata implementação da Lei do Piso e do PCCR. Assumimos essa postura por entender que indiciar criminalmente os representantes legais da categoria é uma afronta a todos os educadores que estão indignados com essa postura ditatorial desses dois Poderes, relembrando o período da Ditadura quando era proibido fazer manifestações públicas contra os Governadores Militares.
Não iremos nos curvar para as arbitrariedades, tais como desconto, PAD, exoneração e outras, promovidas pelo Governo do Estado, por um “juiz” que não tem juízo ou por uma promotora que agindo dessa forma não promove melhorias para a sociedade. Manteremos-nos firmes para que nossos alunos e a sociedade entendam que a luta pela cidadania social é uma busca organizada e coerente pelos direitos adquiridos e nesse processo muitos sofreram para que hoje vivêssemos uma “democracia”.
Para finalizar essa reflexão, em função das tentativas de intimidar a categoria, cabe citar um dos Atos Institucionais (AI -1, de abril de 1964) criados durante a Ditadura Militar que muitos pensavam que estava enterrado no passado “ Art.7º ficam suspensas por seis (6) meses, as garantias constitucionais ou legais de vitaliciedade e estabilidade. § 1º - Mediante investigação sumária, no prazo fixado neste artigo, os titulares dessas garantias poderão ser demitidos ou dispensados, ou ainda, com vencimentos e as vantagens proporcionais ao tempo de serviço, postos em disponibilidade, apesentados, transferidos para a reserva ou reformados, mediante atos do Comando Supremo da Revolução até a posse do Presidente da República e, depois da sua posse, por decreto presidencial ou, em se tratando de servidores estaduais, por decreto do governo do Estado, desde que tenham tentado contra a segurança do País, o regime democrático e a probidade da administração pública, sem prejuízo das sanções penais a que estejam sujeitos”.
Como diria Chico Buarque, na música Cálice de 1978, “ Pai! Afasta de mim esse cálice... De que me vale ser filho da Santa? Melhor seria ser filho da outra. Outra realidade menos morta. Tanta mentira, tanta força bruta”
Prof. Msc. Allan Silva (Historiador - servidor público Estadual)
Prezada profª Rubenilda,
ResponderExcluirEm primeiro lugar, obrigado pela visita ao meu blog e pelos parabéns a minha filha aprovada no vestibular.
Quanto as arbitrariedades do governo do estado em relação as politicas de educação etc. e os que depositam confiança nos sistemas políticos corrompidos, em vãs filosofias humana (teoria evolucionista para origem dos seres vivos), no judiciário cego, não deveriam estar decepcionados com os atuais poderes descompromissados com a educação, saúde, etc. Se nossa origem é obra do acaso, ou seja, se não somos criados (planejamento inteligente) como a Bíblia registra, a moral, os valores éticos, etc., são esvaziados de sentido. Se somos apenas animais racionais, por que devemos confiar em nossos padrões de conduta? Afinal, “se Deus não existe, tudo é permitido”, como bem expressou Dostoievski. Então, os governos têm razão de uma postura criminosa diante das leis do STF.
Na verdade, a terra está contaminada por causa de seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados. Isa. 24: 5,6. Graças a Deus, Jesus veio a este mundo para mostrar que há esperança para a humanidade, para a educação (cumprimento das leis), para a saúde, paz e justiça.
Que Deus mude a mentalidade de todos, principalmente dos que têm o poder para influenciar na prática do bem, no caso os governadores. Não se engane Deus tem poder para levantar e derrubar reinos.