A comunidade quilombola Abacatal é constituída por 62 famílias e
está localizada no município de Ananindeua que é vizinho a Belém. Uma viagem de
carro do centro de Belém até a comunidade leva cerca de uma hora.
A origem da comunidade está ligada aos
vários engenhos de cana-de-açúcar que existiram ao longo dos séculos XVIII e
XIX nas proximidades de Belém, às margens de rios como o Guamá, Bujaru, Acará e
Moju.
O Engenho do Uriboca, do Conde Coma Mello, era uma dessas propriedades e é nele que se inicia a história da comunidade quilombola de Abacatal. As terras da comunidade foram deixadas como herança pelo Conde Coma Mello para três de suas filhas: Maria do Ó Rosa de Moraes, Maria Filistina Barbosa, Maria Margarida Rodrigues da Costa. As "Três Marias", como são chamadas, foram filhas de Coma Mello com sua escrava Olímpia.
A memória desta época está materializada no Caminho das Pedras construído pelos escravos da antiga fazenda ligando o igarapé Uriboquinha à casa do Conde, como conta Maria Ediléia Carvalho Teixeira, uma jovem liderança da comunidade:
O Engenho do Uriboca, do Conde Coma Mello, era uma dessas propriedades e é nele que se inicia a história da comunidade quilombola de Abacatal. As terras da comunidade foram deixadas como herança pelo Conde Coma Mello para três de suas filhas: Maria do Ó Rosa de Moraes, Maria Filistina Barbosa, Maria Margarida Rodrigues da Costa. As "Três Marias", como são chamadas, foram filhas de Coma Mello com sua escrava Olímpia.
A memória desta época está materializada no Caminho das Pedras construído pelos escravos da antiga fazenda ligando o igarapé Uriboquinha à casa do Conde, como conta Maria Ediléia Carvalho Teixeira, uma jovem liderança da comunidade:
" Esse caminho de pedras, ele tem uns
500 metros de comprimento e meio metro de largura. Aí descobriram que foram os
escravos que tinham feito para quando o Conde viesse da cidade de Belém. Porque
nessa época só se andava pelo rio, quando ele desembarcasse lá no rio, no
igarapé, para ele não sujar os pés de lama ele fez com que os escravos fizessem
esse caminho de pedras. E aí esse caminho de pedras, quando a maré tava seca
(porque a maré enche e baixa), fez com que se forrasse até o fundo do
igarapé".
Dentro da mesorregião metropolitana de Belém, a comunidade de
Abacatal é a única que está com suas terras regulamentadas e tituladas, desde
1999.
No entanto, a terra entregue à comunidade em 13 de maio de 1999 pelo Instituto de Terras do Pará (ITERPA) representa menos de 15% daquela que possuíam por herança do Conde Coma Mello. Segundo Castro & Marin, o legado do Conde foi de uma sesmaria equivalente a 2.100 hectares e a sua propriedade atual é de 308,1991 hectares. Em 2003, o ITERPA abriu novo processo de regularização dessa área de forma a buscar alternativas para ampliar a área da comunidade.
Para garantir a sua subsistência, os homens e mulheres de Abacatal desenvolvem diversas atividades econômicas: plantam roçados e hortas, produzem e vendem carvão, coletam e comercializam açaí, extraem e vendem madeira e pedra.
A comunidade tira proveito da proximidade com o centro urbano para comercializar seus produtos, participando aos sábados de uma feira em Ananindeua. Levam à feira produtos de seus roçados (derivados da mandioca, o maracujá, o jambu) e também o carvão.
Segundo Castro & Marin, o sistema de produção agrícola combina as roças de inverno e verão (mandioca, milho, maxixe, macaxeira e jerimum) e as culturas perenes e semiperenes (como cupuaçu, açaí, pupunha, uxi, acerola e maracujá).
Em 2001, dez famílias deram início a uma nova experiência de produção, o projeto de apicultura, financiado pelo Programa Raízes do governo do Pará. Maria Ediléia Carvalho Teixeira avalia esta iniciativa:
"É um dos
projetos que já está com quatro anos, mas ainda não é o que a gente espera,
infelizmente. Os pontos negativos são: os técnicos. Porque apicultura não
adianta fazer só uma oficina, um curso, você tem que estar o tempo todo
atualizado. Tem várias formas diferentes de manejo". No entanto, a terra entregue à comunidade em 13 de maio de 1999 pelo Instituto de Terras do Pará (ITERPA) representa menos de 15% daquela que possuíam por herança do Conde Coma Mello. Segundo Castro & Marin, o legado do Conde foi de uma sesmaria equivalente a 2.100 hectares e a sua propriedade atual é de 308,1991 hectares. Em 2003, o ITERPA abriu novo processo de regularização dessa área de forma a buscar alternativas para ampliar a área da comunidade.
Para garantir a sua subsistência, os homens e mulheres de Abacatal desenvolvem diversas atividades econômicas: plantam roçados e hortas, produzem e vendem carvão, coletam e comercializam açaí, extraem e vendem madeira e pedra.
A comunidade tira proveito da proximidade com o centro urbano para comercializar seus produtos, participando aos sábados de uma feira em Ananindeua. Levam à feira produtos de seus roçados (derivados da mandioca, o maracujá, o jambu) e também o carvão.
Segundo Castro & Marin, o sistema de produção agrícola combina as roças de inverno e verão (mandioca, milho, maxixe, macaxeira e jerimum) e as culturas perenes e semiperenes (como cupuaçu, açaí, pupunha, uxi, acerola e maracujá).
Em 2001, dez famílias deram início a uma nova experiência de produção, o projeto de apicultura, financiado pelo Programa Raízes do governo do Pará. Maria Ediléia Carvalho Teixeira avalia esta iniciativa:
Muito interessante. Morador de Ananindeua a 35 anos não conhecia essa história. Tomei conhecimento agora por ocasião do trabalho escolar de minha minha filha. Foi de grande valia. Parabéns.
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